sexta-feira, 6 de junho de 2014

TEMPO RECORDE ENTRE A DENÚNCIA E A PRISÃO!

(Por: Telma Tulim - Ver Quem Somos)

  Segunda Feira,  8 horas da manhã, cheguei na Delegacia e já fui me preparando para o início dos trabalhos quando recebi, em meu gabinete, uma professora do ensino fundamental de uma das escolas da cidade. Ela estava desesperada, dizia desconfiar que uma de suas alunas, de 11 anos de idade, estivesse grávida.   
  Relatou ter dito à aluna: - Acho que tem um bebê dentro da sua barriga.
  A menina gordinha,  boazinha, quietinha... - colocando as duas mãos na barriga - respondeu: - Ééééé?
  Imediatamente providenciamos o depoimento da criança, na presença de um representante do Conselho Tutelar e naquele momento já era possível perceber uma leve deficiência mental.
  Resumindo a história: “Os pais eram separados, a mãe residia em cidade vizinha. A criança e seu irmão moravam com o pai  e  os avós paternos numa casa humilde, que contava com apenas um dormitório, o qual era ocupado pelos avós.  Dessa forma, pai e filhos dormiam na sala, em colchões e no sofá”.
  O menino, de 8 anos de idade,  sempre presenciou tudo. O pai se deitava com a menina quase todas as noites desde que ela tinha 9 anos. 
  Em uma força-tarefa, todos os procedimentos foram realizados rapidamente. Depoimentos da vítima, da professora e do irmãozinho.  No exame de corpo delito, o médico legista constatou – POSITIVO para hímen com roturas múltiplas e gravidez.
  Todos os documentos compilados em competente Inquérito Policial instaurado de pronto, solicitei a PRISÃO TEMPORÁRIA do autor daquele crime hediondo. 
  No Judiciário e no Ministério Público contei com a compreensão de todos; dos funcionários que agilizaram os trâmites documentais;  do Promotor que se manifestou favorável e do Juiz que, imediatamente expediu  a ordem de prisão. 
  Dessa forma,  por volta das 18 horas do mesmo dia eu já tinha em minhas mãos o MANDADO DE PRISÃO do homem que, durante 2 anos, abusou daquela criança e esta sequer compreendia o que estava acontecendo.
  Daquele momento em diante eu e minha equipe ficamos em vigilância nas proximidades da residência, e efetuamos a prisão às 19 horas.
  Explicados os motivos da prisão e questionado o autor sobre os fatos, ele veio com o seguinte argumento:   - “Eu avisei prá ela que isso não ia dar certo, mas ela quis...”
  Ao final do processo ele foi condenado a 10 anos de reclusão.   A menina e a família decidiram não realizar o aborto legal e um menino nasceu. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário