terça-feira, 24 de junho de 2014

A DESIGUALDADE NA ECONOMIA BRASILEIRA

(Por: Marina Corrêa Lemos - Ver Quem Somos)

  A CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), antiga militante da promoção de um modelo sustentável de crescimento, lançou no último dia 5 de maio um documento que busca analisar a evolução latinoamericana em termos de combate à pobreza e à desigualdade e elencar os desafios enfrentados pela região para que se continue evoluindo neste quesito.
 Alguém pode se perguntar: mas, além do aspecto social, qual é o impacto da desigualdade na economia? A própria CEPAL responde. Países de menor desigualdade são mais produtivos e competitivos, e possuem melhor distribuição de educação e oportunidades.
  O documento defende, inclusive, a “plena incorporação da mulher ao mercado de trabalho” como forma de contribuir para esta mudança estrutural. Ou seja, trabalhando a fim de reduzir a desigualdade, um país trabalha no sentido de aumentar sua importância econômica e melhorar a qualidade de vida de sua população. 
  O Brasil, através de suas políticas de concessão de benefícios, têm obtido grandes avanços em termos de redução da pobreza. Estes mecanismos são necessários – afinal, redução da pobreza é um começo no sentido de diminuir a desigualdade -, mas não suficientes. De acordo com a FGV, a população pertencente à classe média brasileira representa hoje 55% do total, contra 32% vinte anos antes. Por outro lado, o índice de Gini brasileiro, que calcula a desigualdade entre 0 e 1, sendo 0 mais próximo de uma sociedade igualitária, passou de 0.58 para 0.53 nos mesmo vinte anos (dados do IPEA). Apenas para efeito comparativo, o Banco Mundial calcula o Gini da Índia em 0.34.
  Estes números mostram que as políticas públicas de distribuição de renda têm sim obtido efeitos positivos no sentido de aumentar a competitividade e produtividade do país.          Ainda assim, há que se trabalhar nos investimentos que geram retorno de longo prazo, como educação e capacitação técnica, desburocratização e simplificação da carga tributária, que diminuem a informalidade e aumentam a demanda por postos de maior valor agregado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário