SURPRESA.
Esse foi o meu sentimento quando ouvi a história de dois casais que
chegaram à Delegacia da Mulher naquela
manhã.
Vieram
juntos, os quatro. Duas mulheres morenas, um dos homens era albino (branco,
quase vermelho) o outro negro (até
parecia o Pelé). Sentaram-se à minha frente e só as mulheres falavam.
-“ Doutora,
eu e minha vizinha estávamos cansadas dos nossos maridos e por isso resolvemos trocar.
Eu ficaria com o dela e ela com o meu. “
Incrível a
capacidade de articulação e convencimento daquelas duas mulheres. Fizeram
assim: quando uma sabia que a outra
estava sozinha, dizia ao próprio marido que a vizinha precisava de um conserto
no varal e ele ia em socorro dela...
Dias depois,
a outra é quem usava desse artifício, dizendo que a vizinha precisava de ajuda
para a troca de uma lâmpada.
Dessa forma
os homens foram se envolvendo e acabaram mesmo trocando de esposas.
Diante da
narrativa, perguntei: se todos estavam
de acordo com a situação, por qual motivo procuravam a Delegacia?
Ocorre que
uma delas queria desfazer a troca, mas a outra não. E me disse: “o meu marido
não é grande coisa, mas pelo menos trabalha e traz comida para nossa mesa. Esse
traste aqui, não dá um dia de serviço prá ninguém. Vai lá em casa, Doutora... não tem um caroço
de feijão na lata”
A discussão
foi aumentando entre as mulheres enquanto os homens não pronunciaram uma
palavra sequer.
Depois de
algum tempo, ouvindo muitas reclamações, pois a mulher que estava satisfeita
com a troca dizia que a outra é quem teve a idéia e blá.blá.blá...
Pensei: E agora? Como resolver uma situação como
essa? Então... sabendo que um casal
tinha 2 filhos e o outro 3 crianças, resolvi:
- Cada mulher pegue o pai dos seus filhos e vão
cuidar de suas vidas...
Eu disse
isso com tanta firmeza e seriedade que todos obedeceram, saíram dali de mãos dadas, cada uma com o
próprio companheiro e não voltaram mais.
Certo é que
uma delas saiu feliz, mas a outra não ficou nada satisfeita... os maridos nada
declararam, apenas obedeceram!!!
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