quarta-feira, 9 de abril de 2014

ILUSÃO PUERIL

Quando criança os livros pululavam
E suas letras premiam minha presença
Aquietada no sofá da sala
Eu me escondia de mim mesma
Atrás dos autores e suas falas
Que me iludiam em suas fitas
Da então definida literatura.

“Os personagens são fictícios,
Qualquer semelhança é mera coincidência
E eu acreditava piamente que o que descreviam
Não sentiam
Não viviam
Eram apenas relatos
De fatos de ouvir contar
Ou imaginar.

Assim seguia crédula e admirada
Da fértil imaginação alheia
Alienada não me apercebia
de que aquilo tudo era vida

passada para o papel...

Carmem Pilotto

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