Uma mulher teve que vestir-se de
coragem para denunciar um poderoso médico... Quem de nós seria tão irreverente? Não sei
o nome dessa aguerrida mulher, mas é preciso homenageá-la, foi ela quem deu o primeiro passo para que
outras e muitas outras viessem a público, mostrassem também seus rostos e pudessem
contar suas histórias de pânico! Certamente
sentiram-se constrangidas,
envergonhadas, humilhadas em seus
mais íntimos sentimentos. Será que seus maridos, companheiros e
familiares acreditaram nelas desde o princípio, afinal ele era um profissional
de muito sucesso, com uma reputação inquebrantável? Soube que, após a revelação, a maioria teve a família desfeita e uma delas perdeu
até o desejo da maternidade. Muitas
vidas mudaram de rumo após o “tratamento” com o médico famoso, poderoso - um “Deus”
- como ele mesmo se descreveu a algumas de suas vítimas. Foi preso, condenado e mesmo tratando-se de
um crime elencado na Lei dos Crimes Hediondos, em que as regras são mais
severas, ele obteve o benefício da liberdade condicional. E livre, foi viver em outras paragens, usando
o dinheiro que ganhou com suas práticas criminosas. Escondeu a própria cara em disfarces, enquanto
suas vítimas mostraram suas fisionomias para toda a sociedade brasileira. Ele declarou que, para ele, suas vítimas não
tinham rosto. Em resposta elas
dizem: temos sim. Temos rostos, sentimentos,
vidas, histórias...
E agora? Será que a Justiça Brasileira vai permitir
novas regalias? Os famosos advogados
estão trabalhando para isso, já estão divulgando que o julgamento ainda não
transitou em julgado, ou seja, que o processo penal ainda terminou, ainda
há recursos, apelações... Muitos
capítulos ainda virão e com eles, talvez decepções públicas. Mas, é preciso que todas as vítimas se
revistam da mesma audácia daquela
primeira mulher e venha denunciar, já estão denunciando. VENHAM... VENHAM... Contem suas histórias...
mesmo que elas sejam horríveis, para que outras não sejam vítimas de criminosos
como esse, que se escondeu em sua profissão de sucesso e cujo nome me recuso a
escrever aqui. Ao Judiciário Brasileiro
fica a súplica desesperada da sociedade, principalmente das mulheres: ANSIAMOS por JUSTIÇA.